Eu voltarei.
Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho,
servidor do próximo, honesto e simples, de pensamentos limpos.
Seremos padeiros e teremos padarias. Muitos filhos à nossa
volta.
Cada nascer de um filho será marcado com o plantio de uma árvore
simbólica.
A árvore de Paulo, a árvore de Manoel, a árvore de Ruth, a
árvore de Roseta.
Seremos alegres e estaremos sempre a cantar. Nossas
panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas, teremos uma fazenda
e um horto florestal.
Plantaremos o mogno, o jacarandá, o pau-ferro, o pau-brasil, a
aroeira, o cedro.
Plantarei árvores para as gerações futuras.
Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros.
Terão moinhos e serrarias e panificadoras.
Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens e mulheres,
ligados profundamente ao trabalho e à terra que os ensinarei a amar.
E eu morrerei tranquilamente dentro de um campo de trigo ou
milharal, ouvindo ao longe o cântico alegre dos ceifeiros.
Eu voltarei...
A pedra do meu túmulo será enfeitada de espigas de trigo e
cereais quebrados.
Minha oferta póstuma às formigas que têm suas casinhas subterra,
e aos pássaros cantores que têm seus ninhos nas altas e floridas frondes.
Eu voltarei...
Lindíssima ! Enquanto lia, imaginava a vida dura dos primeiros portugueses que vieram para a nossa terra, depois de meses viajando, deixando para trás entes queridos e sua terra natal, para talvez nunca mais voltar.......
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