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sábado, 26 de outubro de 2013

Reconstrução Mamária

Boa tarde, pessoas !!!
 
Segue abaixo um artigo muito interessante referente à Reconstrução Mamária.
 
O mesmo foi escrito por um grande amigo e cirurgião plástico, Dr. Gilberto.
 
Leiam pois são informações importantes e esclarecedoras !
 
Beijos e boa leitura !!!

Reconstrução Mamária é o nome dado a um grupo de cirurgias que visa a reparação de uma mama, total ou parcialmente.

A necessidade da reconstrução de mama pode ser decorrente de:
1-) má formação congênita
2-) deficiências de crescimento mamário por fatores traumáticos
3-) seqüelas de mastectomia total, parcial (quadrantectomias) ou de tumorectomias
4-) seqüelas de queimaduras
5-) necrose por infecção (por exemplo, em casos de mastite puerperal)
6-) outros

Na prática clínica, temos a reconstrução decorrente de mastectomias (totais ou parciais) em torno de 90% dos casos.

Este ramo da cirurgia plástica foi um dos que mais se desenvolveu nos últimos vinte anos, proporcionalmente ao aumento da incidência do câncer de mama e na diminuição da faixa etária da população atingida.

Graças ao avanço médico-tecnológico, dos exames diagnósticos, da evolução dos quimioterápicos, da radioterapia,  do mapeamento genético, da evolução das cirurgias já aceitas como profiláticas para os casos de alto risco,  e da conscientização da população da necessidade de sua prevenção, hoje consegue-se uma quantidade de diagnósticos precoces muito grande, o que resultou em diminuição da quantidade de mastectomias totais, e aumento das quadrantectomias.

Acima de tudo, obteve-se o mais importante: o aumento do índice de cura, e a melhora na sobrevida das pacientes em tratamento.
 
Já, há cerca de vinte anos iniciamos um trabalho multidisciplinar na abordagem destes pacientes, mostrando a importância da participação de diversos profissionais como psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, além da equipe médica formada por mastologistas, cirurgião plástico, oncologista e de enfermagem, assim como um grupo voluntário, e de apoio referente a temas como a questão do cabelo, e a sua reparação durante o período de quimioterapia.

Todos estes fatores citados, juntamente com a percepção que a reparação das mamas, a não mutilação, o " sentir- se inteiro” eram benéficos para as pacientes no aspecto emocional, e que este, em equilíbrio, favorece o tratamento, optou-se por oferecer a reconstrução mamária mais precocemente (após a mastectomia) ou ainda imediata (junto com a mastectomia), de acordo com o caso.

Várias são as técnicas que podem ser utilizadas, independente da opção imediata ou tardia, e que são:
1-) reconstrução mamária com expansores teciduais, seguido do uso de prótese,
2-) reconstrução mamária com retalhos miocutâneos de músculo grande dorsal e prótese,
3-) reconstrução mamária com retalho miocutâneo de músculos abdominais,
4-) reconstrução mamária com retalhos micro-cirúrgicos,
5-) reconstrução mamária com retalhos dermogordurosos de vizinhança e prótese.
 
A escolha da técnica a ser utilizada vai depender principalmente:
1-) das condições locais de pele e músculos (área que vai receber o expansor ou retalhos)
2-) condições das áreas doadoras (costas, abdome, locais que cederão retalhos)
3-) biótipo (características físicas de quem necessita da cirurgia)
4-) forma e volume da mama oposta
5-) forma do tórax
6-) peso

Estes dados serão analisados pelo cirurgião a partir de sua própria experiência.
 
Atualmente tem sido realizado, graças ao diagnóstico precoce, uma abordagem cirúrgica, com a tendência de maior preservação da pele e do complexo aréolo-papilar (quando possível), o que tem permitido ótimos resultados, dispensando o uso de retalhos à distância, sendo estes utilizados somente naqueles casos de ressecções maiores.
 
A soma destes fatores, nos permite oferecer à paciente melhores condições de saúde física e psíquica, bem estar e integração social e profissional.

A evolução pós operatória é individual, e de acordo com a técnica utilizada. 
 
Os fatores limitantes variam de acordo com o porte da cirurgia, como por exemplo nos casos das próteses e expansores, geralmente um dia de internação e restrição mínima, e no caso dos retalhos dorsal e abdominal,  um período de dois a três dias de internação em média, e restrição maior de esforço físico, e com recuperação em torno de 30 dias.

Os riscos são inerentes às condições de cada paciente, e as co-morbidades como hipertensão arterial, diabetes mellitus e tabagismo devem ser consideradas, pois, apesar de não impedirem a cirurgia, poderão ajudar a equipe a decidir por uma técnica menos agressiva, com cirurgia de menor porte, a fim de proteger a paciente.

É importante identificar o melhor momento para a realização da cirurgia para cada paciente, de acordo com a gravidade do seu caso e das suas expectativas, sempre lembrando de como essa cirurgia ajuda na reabilitação.

Algumas destas cirurgias são feitas em um só tempo, e em outras 2 ou 3 tempos podem ser necessários.

Em boas condições, a reconstrução mamária imediata permite a continuidade do tratamento (quimioterapia e radioterapia) sem prejuízo à paciente.

Em conclusão, a reconstrução mamária é um procedimento seguro, cada vez mais adotado devido à sua importância, e capaz de devolver à mulher o bem estar, a auto estima e a vontade de viver, traduzido pela qualidade de vida recuperada e pela eliminação da sensação de mutilação.

Gilberto Luiz Gonzalez Monteiro - Cirurgião Plástico
- Responsável pelo Serviço voluntário de reconstrução mamária em conjunto com o Depto de Ginecologia e Mastologia, no Hospital Guilherme Álvaro - Santos - SP. de 1994 a 2000.
- Fundador do Instituto Neo-mama (Santos).
- Atualmente nos Hospitais Santa Paula (São Paulo),  Casa de Saúde e ISO ( Instituto Santista de Oncologia) Hospital Dia (Santos).

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